Potência helvética

O suíço Peter Monteverdi construiu carros esporte
com estilo atraente e mecânica americana da Chrysler

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

Quando nos referimos à Suíça todos se lembram de poderosos e seguros bancos, da precisão dos famosos relógios, de um país montanhoso e dos deliciosos chocolates. Só que lá também se fabricaram automóveis muito distintos e sofisticados. O pequeno país tinha uma indústria crescente que foi interrompida com a Segunda Guerra Mundial. Após o conflito, pequenos construtores começaram a ter destaque.

Um desses foi Peter Monteverdi, que nasceu no país em 1934. Foi piloto de Ferraris, tinha uma concessionária BMW e gostava dos automóveis de Bizzarini. Herdou, após a morte de seu pai, em 1956, uma oficina mecânica que representava também a Ferrari, na cidade de Binningen, perto da Basiléia, norte da Suíça, fronteira com a Alemanha e a França.

O ex-concessionário Ferrari vingou-se do comendador Enzo com um cupê 2+2 confortável, com enorme motor V8 de 7,2 litros

Em 1959 criava a empresa MBM, que fabricava conversíveis compactos e pequenos monopostos de Fórmula Júnior, com motores DKW de dois tempos e depois Fords ingleses de quatro cilindros e quatro tempos. Fez também o primeiro Fórmula 1 suíço, com motor Porsche na traseira, de quatro cilindros e 1,5 litro. Mas o projeto não foi adiante devido a um grave acidente sofrido por Peter na fase de testes.

Seu sonho era construir carros esporte para enfrentar os Ferraris. Dizem que Peter teve desavenças com o comendador Enzo, que não era muito cordial com seus concessionários (aliás o era com muito pouca gente; saiba mais), e isso lhe acendeu o desejo. Assim como Jean Daninos, que construiu o Facel, e Renzo Rivolta, que fez os Iso, o suíço planejava colocar em seus carros motores já existentes, por questões de custo e simplicidade de projeto. Como estes, sua escolha também recaiu sobre os Chryslers americanos.

O interior do 375 S High Speed: volante de madeira, painel completo, revestimento de luxo, boa visibilidade

No Salão de Frankfurt de 1967, Peter apresenta seu primeiro modelo: o Monteverdi 375 S High Speed. Seu desenho era obra do estúdio italiano Frua. Tratava-se de um cupê muito atraente, de linhas com claras inspirações nos modelos italianos, ótima área envidraçada — rara num esportivo —,  frente baixa e linhas retas. Seu motor dianteiro era um Chrysler 440, com 7.206 cm³ e caixa automática Torqueflite de três marchas.

Por ser muito parecido com esportivos da península, o modelo recebeu alterações na carroceria em 1968, conduzidas por Fissore, famoso por estilos ousados em alguns projetos mas convencional em outros, e foi rebatizado 375 L. Ficou mais bonito e moderno. A frente estava mais reta, e a moldura da grade retangular contava com quatro faróis circulares. Continua

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Data de publicação: 4/11/03

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