Desenho mais esportivo no Civic, no Focus e na frente do Corolla, mais conservador no Jetta: cinco sedãs contemporâneos, com a mesma aparência com que são vendidos nos mercados mundiais
Concepção e estilo
São cinco carros contemporâneos, projetos mundiais que nos mantêm em sintonia com os mercados desenvolvidos. O Jetta de sexta geração foi lançado no exterior em 2010 e aqui no ano seguinte; o nono modelo do Civic surgiu em 2011 lá fora e veio ao Brasil um ano mais tarde; o terceiro Focus apareceu no mesmo ano no exterior e aqui em 2013, sendo reestilizado este ano; também de 2013, o C4 Lounge deriva do segundo C4 hatch, modelo francês de 2010; e o Corolla de décima primeira geração surgiu no exterior em 2013 e nos chegou no ano passado.
A definição de estilo de cada marca seguiu propostas um pouco diferentes: nota-se no Ford, no Honda e na parte dianteira do Toyota certa ousadia de desenho e um apelo mais esportivo, enquanto o VW fica no outro extremo com as formas mais conservadoras. Apenas o Focus e o C4 Lounge derivam de hatches com os quais compartilham a metade dianteira (tais versões do Civic e do Corolla, assim como o Golf, são bem diferentes dos sedãs de cada linha), mas houve bom trabalho para obter linhas equilibradas, que não sugerem qualquer adaptação. Comparados os cinco, porém, o envelhecimento do Jetta fica à mostra.
O Honda tem o melhor coeficiente aerodinâmico (Cx) declarado, 0,28, ante um empate técnico entre Ford, VW (ambos com 0,296) e Toyota (0,30); a Citroën não informa o índice de seu carro. As carrocerias de Civic e Jetta mostram vãos menores e mais perfeitos entre os painéis metálicos, com os demais ainda bons nesse quesito; no Focus nota-se certa irregularidade nos vãos de capô e tampa traseira.
Apenas Citroën e Ford derivaram seus sedãs de hatches, mas com bom resultado que não sugere adaptação; o Honda tem a melhor aerodinâmica declarada
Conforto e conveniência
O visual interno varia entre o conservador do Jetta e do Corolla ao mais ousado do Focus, com o Civic diferenciando-se pelo quadro de instrumentos em dois níveis. Os cinco carros mostram bom acabamento interno nessas versões, com revestimento em couro para bancos, volante e seções das portas, mas os materiais plásticos do VW, assim como algumas partes de Citroën e Ford, deixam a sensação de simplicidade.
Para quem gosta de sair da mesmice do interior cinza escuro, agradam os acabamentos mais claros do Civic (em cinza), Jetta e Corolla (em bege)
Para quem gosta de sair da mesmice do interior cinza escuro, agradam os acabamentos em tons mais claros do Civic (cinza, padrão no EXR) e sobretudo do Jetta (um tom bem claro de bege, opcional) e do Corolla (um bege mais escuro, padrão no Altis), que trazem sensação de espaço e arejamento. Contudo, a VW adotou esse tom até no carpete e nos tapetes, que se tornam fáceis de manchar ou encardir e difíceis de limpar; no Toyota eles são pretos e o tom mais escuro de bege reduz tal inconveniente.
O motorista encontra boa posição em qualquer um deles, dispondo de volante bem posicionado com ajustes em altura e distância, banco regulável em altura, pedais corretos e apoio adequado ao pé esquerdo. Os principais controles do banco são elétricos no Corolla, Focus e Jetta; há ajuste de apoio lombar apenas nos dois últimos, sendo extensivo ao passageiro no VW. Agradam no Ford os mais intensos apoios laterais, que não incomodam. Ressalvas ficam ao assento desse modelo, com uma parte dianteira baixa que apoia mal as coxas, e ao encosto do C4 Lounge, com apoio excessivo na parte superior. O volante um pouco enviesado do Corolla não chega a ser negativo.
Os instrumentos em dois níveis do Civic ainda chamam atenção, mas é do Focus o painel mais moderno; plásticos de acabamento do Jetta são simples demais para a categoria
Os quadros de instrumentos são bem legíveis e trazem as informações habituais. É boa solução no Civic o velocímetro digital em posição elevada e distante (lido por cima do volante), havendo repetidor digital para esse instrumento nos outros modelos. Só o Jetta indica temperatura do óleo lubrificante. Os computadores de bordo informam consumo em nosso padrão de km/l e, nos casos de C4 Lounge e Jetta, há duas medições para velocidade e consumo médios. Civic e Corolla mantêm um histórico de consumo médio, que tem sua utilidade; o do Focus é o que mais informações apresenta em simultâneo. A iluminação é em branco, salvo no Toyota (azul claro); o Citroën permite escolher entre branco e tons de azul e roxo que prejudicam a leitura, de modo que recomendamos manter a primeira cor.
Os sistemas de áudio têm muito boa qualidade geral, com destaque para o do Ford, e trazem toca-CDs, MP3, entradas USB (duas no Focus) e auxiliar e interface Bluetooth para telefone celular. Todos trazem navegador integrado e, com exceção do C4, que usa apenas botões, operam com tela sensível ao toque (de oito polegadas no Ford, sete no Citroën e no Honda, 6,3 no Jetta e 6,1 no Toyota). Exclusivos do Corolla são toca-DVDs e sintonizador de TV digital, que só exibem imagens com o carro parado, conforme legislação.
O Titanium tem comandos por voz para áudio, telefone, navegador e ar-condicionado, cujo entendimento nem sempre é o esperado. Embora maior e em posição alta que favorece a visualização, sua tela fica mais distante da mão e requer que o motorista se afaste do encosto para acioná-la, sendo o típico caso em que seria ideal um comando no console, como os usados por Audi e BMW. Mas o que realmente desagrada nele é o método de navegar no conteúdo de músicas, que despreza os diretórios e não dispõe de um simples comando giratório.
C4 Lounge: interior espaçoso, bancos sem ajuste elétrico, apoio excessivo na parte superior dos encostos
Focus: bons apoios laterais, ajustes elétricos, o menor espaço no compartimento traseiro
Civic: mediano em espaço, bom em acabamento, bancos com regulagens manuais
Corolla: ajustes elétricos, largura interna das melhores, revestimento em bege no Altis
Jetta: couro claro, regulagens elétricas do banco, bom espaço para pernas atrás
Todos os carros trazem conveniências desejadas na categoria, como ar-condicionado com controle automático (duas zonas de ajuste de temperatura equipam C4 Lounge, Focus e Jetta), controle elétrico de vidros com função um-toque para todos e temporizador, acionamento automático de faróis, controlador de velocidade, retrovisor interno fotocrômico, para-sóis com espelhos iluminados, alertas para uso de cinto e para porta mal fechada (com indicação de qual delas), comando interno do bocal do tanque de combustível e marcador de temperatura externa.
Com exceção do Civic, há chave presencial para acesso ao interior e partida do motor. C4 Lounge, Focus e Jetta têm limpador de para-brisa automático e sensores de estacionamento à frente e atrás (os do Ford cobrem até a seção lateral); câmera traseira para manobras só não equipa o VW. Este último e o Citroën vêm com porta-luvas refrigerado, difusor de ar-condicionado para o banco traseiro, alerta programável para excesso de velocidade e alça de teto também para o motorista.
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