Pequeno recebe motor Firefly de três cilindros; picape vem com o Tigershark de 2,4 litros e 190 cv
Novidades da marca mineira no Salão de São Paulo (10 a 20 de novembro) fixar-se-ão nos extremos de sua linha de produtos, o Mobi e a Toro. Para ambos, versões com novas motorizações. No menor aplicará o motor 1,0-litro com três cilindros, 72-77 cv, recém-apresentado como equipamento do Uno. Nova versão será distinta tecnologicamente, de maior preço, acima das hoje existentes, movidas pela última geração dos motores Fire, mantidos nos demais Mobis.
Caso e posição idênticos na Toro, inovando com motor 2,4 da família Tigershark, a mesma do Jeep Compass Flex. Configuração em alumínio, desenvolvimento comum com Hyundai, a ainda exclusiva invenção Fiat, o cabeçote Multiair, conjunto produzindo 190 cv e 24,5 m.kgf. Fruto de pesquisa junto a clientes, demandando por esportividade, porém sem atração por motor diesel. Não haverá versão de trabalho, mas apenas focada em desempenho para ocupar nova posição de mercado. Nova versão estará entre as hoje existentes 1,75 flexível e 2,0 a diesel. Transmissões mecânica de seis velocidades e automática com nove.
Novidades Alfa
No processo de relançar a marca com apresentação pontual e de per si de produtos, ampliando leque de versões, preços e clientes, Alfa Romeo aproveitou recém-findo Salão de Paris para exibir novas versões. Estão abaixo do Giulia Quadrifoglio e seu poderoso motor V6 de 2,9 litros e 510 cv. Novos brotos na centenária árvore são das famílias Veloce e Super. Nomes felizes, décadas de identificação de produtos-ícones como o esportivo Giulietta, o ágil sedã Giulia 1600, agora aplicados às versões de menores preço, desempenho e status. Imagem ajudará fazer números de venda.
Motorizações previstas: novo turbo de 2,0 litros — evolução do 1,75 do Alfa 4C — com saudáveis 280 cv e 40,8 m.kgf – como o fez o Dodge Dart com motor V8 de 5,2 litros. E novo engenho diesel 2,2, 210 cv e 47,9 m.kgf, que se destina aos admiradores do Sr. Rudolf Diesel. Ambos inteiramente em alumínio, transmissão automática de 8 marchas, tração permanente nas quatro rodas. Apresentação sutil, em se tratando de França, levou Giulia pintado em releitura do Azul Francês, a cor do país para as corridas.
Preserva nome Quadrifoglio para sinalizar o topo. Abertura do leque por preços cria novos degraus, entretanto mantém a filosofia para marcar o renascimento da marca: em todas as suas versões quer ter rendimento superior às referências miradas, alemães Mercedes Classe C, BMW Série 3 e Audi A4.
ES fará esportivos
Nova fábrica de veículos leves, criada em São Bernardo do Campo, SP, a D2D Motors registrou razão social, logo, e assinou compromissos com o Governo do Espírito Santo e a Prefeitura de Jaguaré. Promete construir unidade industrial próximo ano, e a partir de 2019 produzir na pequena cidade ao norte do Estado – 160 km da capital Vitória.
Diz Eduardo Eberhardt, líder do projeto, é realização do sonho de produzir veículo destinado ao lazer, “com o que há de mais novo em tecnologia, aliado ao estado da arte em design, com acabamento primoroso, valor extremamente competitivo, aliado ao mais importante, o desenvolvimento 100% nacional”.
Informações discrepam entre projeto industrial para dois veículos, um conversível e um utilitário esporte, e o informe oficial de investimentos, definidos em R$ 22 milhões em três fases para implantar a unidade e atingir a produção de 300 unidades/mensais em capacidade máxima. Valor parece insuficiente para desenvolver produtos — a empresa comprará de fornecedor externo base mecânica, a partir de motor e transmissão e deve adequá-las aos prometidos veículos —, implantar edifícios industriais, equipá-los para produção e construir veículos.
Parte das dúvidas deve ser esclarecida durante o Salão do Automóvel — novembro 10 a 20 —, onde Ebercon/D2D dizem estarão presentes, possivelmente com protótipos e dados. Empresa é de participações, tendo nascido como desdobramento da atividade principal, a fabricação de autopeças pela familiar Arteb, e atua nos segmentos imobiliário, alimentos, bebidas, beleza, e agora automotivo.
Para o Espírito Santo, ocasião do Salão do Automóvel será memorável: conseguirá, após várias promessas, incluindo marcas como Lada e Ssangyong, apresentar produtos automotivos de produção local, como os ônibus Volare montados pela Marcopolo em São Mateus, e os projetos da D2D Motors.
Chery já vende QQ nacional
Primeira chinesa com produção no país, Chery iniciou vender seu segundo produto nacional, o pequeno QQ. Reúne apelos como a ótima relação entre conteúdo e preços – com ar-condicionado, direção assistida custa R$ 30 mil; rodas leves e outros confortos, R$ 32 mil. Outros apelos, nota AA no índice de economia oficial.
Seu motor 1,0 de três cilindros, 12 válvulas pela austríaca Acteco não brilha em desempenho: produz 69 cv, mas baixo peso auxilia o rendimento. Outro argumento de vendas é integrar a relação Car Group, do Cesvi Brasil, dos carros com menor custo para reparos, aliviando o bolso do consumidor e reduzindo custo de seguro. Estilo atualizado, integrando frontal e grupo óptico com o habitáculo, alguns excessos como as maçanetas das portas traseiras, e problema típico dos hatches pequenos – como acabar o produto. Fábrica não apresentou o produto, apenas comunicou.
Roda a Roda
Fim – BMW suspenderá a produção do Mini Paceman ao final do ano. Atraente e simpática como quase todos os carrinhos da marca, versão nunca se encontrou – ou ao mercado.
Ocasião – Para agilizar participação no recém-aberto mercado do Irã, PSA formou joint venture com a SAIPA, para importar, distribuir e produzir Citroëns adequados ao país.
Bússola – Porsche fechou números dos três primeiros trimestres. Cresceu 3%: 178.314 veículos, liderados por 718 Boxster e Macan. Maior mercado não é Europa ou EUA, mas China.
Para frente – Ford adiou para 2018 opção de transmissão automática no Troller. Frustrou revendedores, há tempos cobrando a versão. Razão oficial: conter investimentos.
Negócio – Comerciantes veem como tiro no pé não atender projetada e significativa massa de clientes. Promessa feita em 2013 garantia a opção em dois anos. Passados três, postergada para 2018. Troller hoje vende 1/3 da capacidade industrial instalada, e o pequeno quantitativo limita concessionários.
Mais – Após apresentar utilitário esporte Compass com motorização diesel e tração total, Jeep lança versão com motor flexível de 2,0 litros, 159-166 cv. Exclusivamente em transmissão automática de 6 velocidades, suspensão McPherson nas 4 rodas, confortos, refinamentos internos. Tudo para ser o mais vendido da marca, superando o Renegade. Preços x conteúdo bem distribuídos. Leia avaliação.
Tapa – Nissan apresentou o novo March em Paris, mas não deu esperanças de atualizar o modelo local. Aqui, sem novidades insistirá na política de criar versões e edições especiais. Para o Salão do Automóvel, a Midnight Edition, marcada por detalhes em preto contra o vermelho da carroceria, para-choques mais agressivos.
Frota – Localiza, maior rede de aluguel de carros na América Latina, incluiu Jeeps Renegade em sua frota. Empresa abre leque de opções, incorporando Volvo S60 e BMW 320i GT.
Novos tempos – Projeto VAMO, em Fortaleza para compartilhamento de carros elétricos, ganhou mais duas estações. Disponibiliza 8 carros elétricos chineses, de aluguel. Quer chegar a 20 na próxima etapa.
Fácil – Negócio simples, interessado se cadastra e marca data, hora, estação para recebimento. Tarifa inicial de R$ 20 para primeiros 30 minutos. Após, de R$ 0,80 a R$ 0,40/minuto dependendo da extensão da locação.
Negócio – Dana de autopeças aproveitou a conjuntura, baixa liquidez, e a situação de seu fornecedor SIFCO, em recuperação judicial, e fez oferta pela empresa. Juiz e credores satisfeitos, Dana assume e ampliará capacidade de oferecer sofisticados produtos forjados.
Argentinices – Argentina tem três colecionadores poderosos, do tipo maior fortuna do país, concorrer na Mille Migla Storica, expor no encontro de Pebble Beach. Nível superior ao do nosso antigomobilismo. Última Autoclasica, há dias, em Buenos Aires, mostrou um cisma: Goyo Pérez-Compenq, que se ausentara por discordar de não premiação, voltou premiado. E os outros faltaram.
Jeitinho – Coincidência ou não, Daniel Sielecki, o mais internacional dos colecionadores argentinos, mesmo ausente levou um mimo: prêmio pela FIVA, a Federação internacional. Autoclasica foi o único evento sul americano a constar da lista da Unesco no ano da preservação histórica, e para comissão, seu Ferrari 195 Inter, s/n 181 EC, não restaurado, merecia a distinção.
Paridade – Deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP) em seu projeto PLC 170/2015, pega carona na regulamentação dos carros antigos para levar alguns conceitos aos antigos modificados, os hot rods.
Supressão – Antigos totalmente originais, reconhecidos no Código de Trânsito Brasileiro como De Coleção, dispensam uso de equipamentos tornados obrigatórios após sua produção. Parlamentar quer rotular os Antigos Modificados como os com mais de 30 anos de produção excluindo-os da obrigatoriedade de uso de encosto de cabeça, controle de emissões poluentes e de ruídos.
Dubiedade – Pelo texto, em pouco tempo, tais alterações atingirão veículos recentes, permitindo retirar equipamentos originais de segurança. E se o conceito dos hot rods é aumentar desempenho, itens de segurança devem ser implementados – e não abduzidos.
Mercedes E, o sedã mais inteligente
Classe E da Mercedes-Benz é referência mundial, cunhada durante 10 gerações. Entre os Classe C e o topo Classe S, é o sedã mais vendido da marca, visto como o mais rentável da linha. Melhorá-lo é sempre desafio para equilibrar qualidade e conteúdo, sem arriscar a liderança.
Mercedes bem cumpriu a missão com novo modelo, iniciando ser vendido no mercado brasileiro sob a denominação de E 250. Há em três versões, em mecânica comum, novo motor 2,0-litros, turbo, 211 cv e 35,7 m.kgf a apenas 1.200 rpm – ou seja, grande disponibilidade de força a partir da marcha-lenta. Para melhor aproveitar a característica de andar em baixas rotações, nova transmissão 9G Tronic, com nove velocidades e menor tempo de mudança. Dinamicamente 6,9 s para ir a 100 km/h e corte de velocidade a 250 km/h.
Nova carroceria, maior 43 mm, ampliado 65 mm em entre eixos, intensa aplicação de alumínio e aço ultra-ultra resistente, reduziu 65 kg relativamente à geração anterior, e Mercedes fez trabalho de mestre em aerodinâmica, trazendo a resistência a Cx 0,22. Linhas mantém identificação de agilidade, com amplo capô e a solução por ela criada de fazer o teto fluir mantendo aparência de cupê.
Grande ganho foi no conteúdo, implementando prazer na condução. A tecnologia Intelligent Drive o torna o degrau próximo da autonomia com novidadosa capacidade de acompanhar o fluxo de trânsito entre 60 e 200 km/h, freando autonomamente quando necessário. Outros ganhos tecnológicos estão no sensor de mudança de faixa e nos faróis Multibeam LED, cada um com 84 lâmpadas LED, aumentando capacidade de iluminação sem ofuscar motoristas em sentido contrário, de funcionamento digital.
Três versões: Exclusive Launch Edition, R$ 325.900; Exclusive R$ 319.900; e Avantgarde, R$ 309.900.
A coluna expressa as opiniões do colunista e não as do Best Cars