O Uno atual, se não é revolucionário como seu antecessor,
tem boa liquidez de mercado e aprovação pelos donos
Texto: Luiz Fernando Wernz – Fotos: divulgação
O Fiat Uno é um dos carros mais tradicionais do Brasil. Quando sua primeira geração foi lançada por aqui, em 1984, seu estilo causou opiniões muito divididas — era diferente de tudo que havia sido visto até então, com suas linhas retas, frente baixa e dimensões compactas, sem que isso prejudicasse o espaço interno. Desenhado por Giorgetto Giugiaro, o Uno era tão moderno para seu tempo que até hoje é vendido como Mille com a mesma forma básica.
Sua segunda geração foi lançada em maio de 2010, já como modelo 2011, dessa vez desenvolvida no Brasil. As linhas retas se mantiveram, mas suavizadas com cantos arredondados. De início foi lançada apenas a carroceria de cinco portas, disponível em três versões. A básica, chamada Vivace, era equipada apenas com motor de 1,0 litro; a intermediária era a Attractive, com motor de 1,4 litro; e a versão Way tinha como característica um visual mais “aventureiro” e podia receber motores de 1,0 e 1,4 litro, ambos da linha Fire.
O Uno Vivace tinha equipamentos de série bem escassos, contando apenas com vidros verdes, imobilizador de ignição, regulagem de inclinação do encosto do banco traseiro em duas posições, volante espumado, relógio, espelho no para-sol do passageiro, marcador de temperatura do motor e econômetro no painel. Os para-choques vinham sem pintura e a simplicidade da versão era destacada pelos cintos de segurança laterais traseiros, não retráteis, e pela luz interna só acesa ao abrir a porta do motorista. Ao menos todo o interior era revestido, sem exibir chapas das colunas ou das portas, como acontecia com as versões mais simples da primeira geração e do Palio.
O Uno Vivace vinha apenas com motor de 1,0 litro e escassos itens de série,
mas podia receber opcionais de conforto e segurança como os outros
A versão Attractive oferecia equipamentos adicionais como rodas de 14 pol (ainda de aço) com pneus de medida 175/65, cintos dianteiros com regulagem de altura e laterais traseiros retráteis, conta-giros, alças de teto na traseira, espelho também no para-sol do motorista, console do teto com espelho convexo para monitoramento dos passageiros do banco traseiro, aplique de tecido nas portas, tampas do tanque de combustível e do porta-malas com acionamento interno, console central mais longo, lavador/limpador e desembaçador do vidro traseiro, volante com ajuste de altura e para-choques pintados na cor do carro.
Ao contrário de outras versões esportivas de carros nacionais, o Uno Sporting tinha suspensão mais firme e rebaixada em 20 mm
O Uno Way, quando equipado com motor 1,0-litro, acrescentava ao pacote do Vivace itens externos em preto fosco (como molduras nos para-lamas e nas portas), faróis com máscara negra, lanternas traseiras com seções em tom fumê, barras longitudinais no teto, apliques prateados nos para-choques, suspensão elevada, rodas de 14 pol com pneus 175/65, revestimento interno exclusivo e conta-giros. Com motor 1,4, os pneus passavam à medida 175/70 e os demais equipamentos de série eram os mesmos da versão Attractive.
Todo Uno podia receber opcionais como ar-condicionado (ou apenas aquecimento), direção com assistência hidráulica, vidros dianteiros e travas com acionamento elétrico, freios com sistema antitravamento (ABS) e distribuição eletrônica de força entre os eixos (EBD) e bolsas infláveis frontais. Às versões com motor de 1,4-litro se incluíam também faróis de neblina, rodas de alumínio, terceiro encosto de cabeça no banco traseiro, rádio/toca-CD com MP3 em duas versões (uma com interface Bluetooth para telefone celular e conexões USB e para MP3), volante com revestimento de couro, ajuste de altura do banco do motorista e o exclusivo para-brisa térmico, que contava com uma discreta resistência interna que facilitava seu desembaçamento em dias úmidos.
No simples Vivace, nem a luz interna era acionada pela porta do passageiro
Outros diversos equipamentos eram oferecidos pela rede de concessionárias, como alarme antifurto, acendedor de cigarros, pedais e manopla do câmbio esportivos, porta-óculos, sensores de estacionamento traseiros e várias opções de adesivos decorativos para a carroceria e de apliques para a seção central do painel.
Em dezembro de 2010 a Fiat lançou a versão Sporting. Baseada na Attractive, oferecia um pacote composto por rodas de alumínio de 15 pol exclusivas, defletores dianteiros e de teto, saias laterais e traseira, ponteira do escapamento cromada com dupla saída, molduras pretas nos arcos dos para-lamas, faróis com máscara negra e lanternas traseiras com seções em fumê. Além do estilo esportivo, a versão contava também com direção assistida, computador de bordo, configurador de funções, controle elétrico dos vidros dianteiros (com função um-toque apenas para o motorista) e das travas das portas, volante revestido em couro e faróis de neblina.
O restante do conteúdo era o mesmo, com opção por bolsas infláveis frontais, freios com ABS e EBD, ar-condicionado, para-brisa térmico e os dois modelos de rádio. Ao contrário de outras versões esportivas de carros nacionais, o Uno Sporting tinha suspensão mais firme e rebaixada em 20 mm, coxins hidráulicos para sustentação do motor (com melhor isolamento de vibrações), pneus de medida maior (185/60) e diferencial mais curto. Mas os diferenciais técnicos se limitavam aí. O motor era o mesmo 1,4-litro oferecido também no Attractive e no Way.
Acabamento mais elaborado e motor de 1,4 litro diferenciavam o Attractive; como todo
Uno, ele surgiu em 2010 apenas com cinco portas e recebeu a versão de três no ano seguinte
Se a sensação de esportividade não ficava muito clara pelo desempenho, a decoração do interior tentava reforçar esse lado, com bancos com revestimento exclusivo e costuras em tom alaranjado, também usado nos puxadores das portas, no aro ao redor do velocímetro, nos botões dos comandos de ventilação e na costura do couro que forrava o volante. Havia ainda a opção para que a seção central dos bancos e parte do aro do volante usassem o mesmo tom.
“Confortável para motorista e passageiros; muito gostoso de dirigir, tanto na estrada quanto no caótico trânsito urbano”
O ano de 2011 foi marcado pelo lançamento da carroceria de três portas para todas as versões, em fevereiro, sem diferenças nos pacotes de equipamentos de série e opcionais com relação à carroceria de cinco portas. Mas em outubro vinha uma nova versão do Uno, a Economy, com diferenças que visavam à eficiência e a economia de combustível. Equipada apenas com motor 1,4-litro, ela contava com pneus de baixa resistência à rolagem, modificações na central da injeção eletrônica, diferencial mais longo e altura em relação ao solo reduzida em 10 mm para melhor aerodinâmica.
Os equipamentos se assemelhavam ao da versão Attractive com a ausência de alguns equipamentos, como a regulagem de altura do volante e o comando interno dos retrovisores, mas estavam disponíveis como opcionais ar-condicionado, direção assistida e vidros e travas elétricos. Oo volante vinha revestido em couro de dois tons de cinza e os bancos tinham revestimento em tons e tecidos diferenciados. Na linha 2013 do Uno, a versão Attractive foi substituída pela Economy 1,4.
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