O modelo 2000 ganhava novos faróis, grade e para-choques; o teto solar
com células solares alimentava a ventilação interna com carro parado
Os bancos dianteiros e traseiros contavam com aquecimento e ajuste elétrico do apoio lombar e surgia a opção de teto solar com células solares, que ativava a ventilação interna para manter a cabine em temperatura amena com o carro desligado. O S8 podia receber rodas RS de 20 pol. Para o ano seguinte vinham alterações nos faróis, grade, para-choques e maçanetas.
Testada pela Motor Trend, a versão alongada A8L cativou pelo conforto: “É um carro extremamente bem equipado, tão cômodo atrás quanto na frente. O espaço para pernas é amplo para satisfazer adultos grandes em longas viagens. O motor V8, com significativas revisões, está 14 kg mais leve que o do ano passado e mostrou-se silencioso, forte e rápido para subir de rotação. Sempre gostamos desse turístico teutônico, e agora nossos passageiros de trás também gostarão”.
O esportivo S8 acompanhava as mudanças e, com cinco válvulas por
cilindro, seu V8 alcançava 360 cv; rodas de 20 pol eram oferecidas
Sobre o S8, o site Edmunds publicou em 2001: “É rápido o bastante para qualquer situação, mas o motorista deve esperar o conta-giros chegar à faixa média para ganhar máxima aceleração. Ouvir um V8 chegar a 7.000 rpm é certamente especial, embora não tão desfrutável quanto o ronco de um V8 americano. Em estradas sinuosas o S8 mostra um atletismo inesperado de um sedã de luxo, com marcante diferença de comportamento em relação ao A8. Ele responde como um sedã esportivo médio e o sistema Quattro inspira confiança”.
O W12 era o 12-cilindros mais potente (420 cv)
e mais alto torque (56,1 m.kgf) já instalado
em um sedã, além de superar o V8 do BMW M5
Doze cilindros em “W”
No começo do milênio o grupo Volkswagen vivia uma fase de demonstração de poderio tecnológico, que culminaria em 2005 com o supercarro Bugatti EB 16/4 Veyron. Parte desse momento era vista nos motores com cilindros em “W”, em vez do tradicional “V”, como o W8 aplicado ao VW Passat e o W12 lançado no Audi A8. A técnica havia sido ensaiada em carros-conceito — do Audi Avus Quattro, cujo motor era uma maquete, aos vários Bugattis, passando pelo VW Syncro —, mas se tornava realidade no Salão de Paris de 2000 com o A8 W12.
Dono de uma coleção de títulos, o motor era o 12-cilindros mais potente (420 cv), de maior cilindrada (6,0 litros) e mais alto torque (56,1 m.kgf) já instalado em um sedã de produção, além de superar em potência o V8 do BMW M5 e os V12 da época, que obtinham 367 cv no Mercedes S600 e de 326 cv no BMW 750i. Bastavam 38 segundos para o A8 atingir a máxima de 250 km/h (chegaria perto dos 300 sem a limitação) depois de passar por 100 km/h em apenas 5,8 s. Em contraste a esse desempenho, oferecia torque abundante em baixos regimes, com mais de 90% a 1.800 rpm.
O A8L, mais longo, podia receber o peculiar motor W12 de 6,0 litros e
420 cv; no banco traseiro, opções como TV, vídeo e mesas retráteis
Era também o único carro de 12 cilindros com tração integral permanente, pois em geral motores V12 ocupam tanto espaço no cofre que não permitem a instalação de tração dianteira. Já o W12 era compacto como um V8 e mais leve que os V12. Ele originava-se da fusão de dois motores VR6 (com seis cilindros em “V” de 15 graus) com 72 graus entre as bancadas. Foi adotada lubrificação a cárter seco e, ao contrário de outros Audis de então, havia apenas quatro válvulas por cilindro, com variação de tempo de abertura para admissão e escapamento — e nada menos que seis catalisadores. Cara, a versão teria meras 750 unidades vendidas até que surgisse a nova geração.
Para identificar um A8 W12 cabia observar os frisos verticais na grade, os pneus 245/55 em rodas de 18 pol e as quatro saídas de escapamento. Por dentro o A8 mantinha seu refinamento e podia se tornar um escritório móvel com o conjunto oferecido pela Quattro GmbH, com fax, mesa retrátil automática, TV e vídeo com dois monitores de 6,5 pol nos encostos de cabeça dianteiros. Lâmpadas de xenônio promoviam também os faróis altos, uma primazia do A8, e a pressão dos pneus era monitorada.
Na avaliação da Automobile, dos EUA, o W12 mostrou “operação ultrassuave e livre de vibrações. A resposta ao acelerador é excelente a qualquer rotação e sua disposição para girar associa-se a grande potência em alta. Apesar de seu tamanho considerável, o A8 6.0 anda como um carro esportivo, mas há ruídos intrusos de vento, pneus e suspensão e ficamos desapontados com os freios”.
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Os preparados
A JE Design foi uma das primeiras preparadoras a colocar as mãos no Audi A8. O modelo inicial de 1994 recebeu para-choques mais esportivos, saias laterais, rodas maiores e mais largas e retrovisores cromados. A Hofele Design propôs modificações semelhantes.
Com a chegada da segunda geração, em 2002, mais empresas anunciaram propostas. A ABT, tradicional em trabalhos sobre carros do grupo VW, criou no ano seguinte o AS8 com compressor, que levava o motor V8 de 4,2 litros a 450 cv e 53 m.kgf. De acordo com a empresa, o sedã acelerava de 0 a 100 km/h em 5,9 segundos. O pacote incluía rodas de 20 pol com pneus 275/35, módulo eletrônico para reduzir a altura de rodagem em 35 mm (não seria o caso de substituir molas por se tratar de suspensão pneumática) e um sutil conjunto aerodinâmico.
Em 2006 o A8 recebia um tratamento visual da Project Kahn, que aplicou rodas de 21 pol (com nada menos que 10,5 pol de tala na traseira) e módulo eletrônico para a suspensão. Outra que o retrabalhou na época foi a Hofele Design, que instalou rodas de 18 a 22 pol, módulo de rebaixamento da suspensão em até 40 mm e para-choques esportivos.
O visual exagerado — saias laterais, quatro faróis auxiliares — pode não agradar aos adeptos da sobriedade, mas o A8 Kompressor da JE Design ficou interessante sob o capô: com compressor, o V8 4,2 passava para 500 cv, o bastante para 0-100 em 4,8 s e máxima de 303 km/h, de acordo com a empresa.
A ABT apresentava em 2010 o novo AS8 com base no A8 de terceira geração. O V8 turbodiesel de 4,2 litros passava de 350 para 385 cv, com torque de 89,8 m.kgf, e havia um pacote aerodinâmico e rodas de 20 ou 21 pol.
No ano seguinte o mesmo sedã passava pelas mãos da Hofele Design. Denominado SR8, recebia leves modificações no V8 de 4,2 litros a gasolina, que subia de 372 para 390 cv, e no turbodiesel, de 350 para 390 cv. Novos para-choques, defletor traseiro, quatro saídas de escapamento e rodas de até 22 pol conferiam ar esportivo. Para o interior, revestimentos em couro e camurça sintética.
O A8 Venom Edition foi a sugestão da Anderson Germany, em 2011. Todo negro com sua carroceria fosca, o carro usava rodas de 22 pol com pneus 265, defletores, saídas de ar nos para-lamas e suspensão mais baixa. O motor V8 4,2 passava de 350 para 442 cv.
A Senner Tuning fez seu A8 da terceira geração em 2014. Aplicou rodas de 22 pol com pneus 265/30, módulo eletrônico para reduzir a altura (controlável por um aplicativo para o Iphone) e escapamento mais livre. O V8 4,2 foi preparado para 405 cv e 48,7 m.kgf.
O S8 ganhava uma proposta da ABT em 2014. O V8 de 4,0 litros passava para 640 cv e 79,6 m.kgf, com máxima limitada a 280 km/h e acelerações bem mais vigorosas. O esportivo recebia rodas de 20 ou 21 pol, escapamento com quatro saídas e módulo para rebaixar o carro em 25 mm.
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